Presidente da Câmara deu as declarações durante transmissão em rede social. Para Maia, Bolsonaro 'desorganiza e gera insegurança' cada vez que parte para o 'enfrentamento'. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou neste sábado (30) que é o diálogo "que resolve" e pediu ao presidente Jair Bolsonaro que "comande de forma mais harmoniosa".
Maia deu as declarações durante transmissão em rede social, na qual conversou sobre valorização do Parlamento com o professor de Direito Fernando Passos.
"O diálogo é que resolve e o presidente [Bolsonaro] tem que entender que ele é o chefe do poder que comanda, que executa. E a gente precisa que ele comande de forma mais harmoniosa, respeitando os outros poderes", afirmou o presidente da Câmara.
Na mesma transmissão, Rodrigo Maia disse que Bolsonaro "desorganiza e gera insegurança", cada vez que parte para o "enfrentamento" aos demais poderes.
"Você não é presidente apenas dos que o elegeram. Você é presidente de todos os brasileiros. E, como o presidente foi eleito com muita força, como a base inicial dele foi muito ideológica, de extrema direita nas redes sociais, ele se sente mais comprometido com eles. E quando vem um conflito ele acaba atacando mais na linha do que fazia antes. Só que, como presidente do Brasil, cada vez que ele vai pro enfrentamento, ele desorganiza e gera insegurança", afirmou o deputado.
Rodrigo Maia também disse que quando se encontra pessoalmente com Bolsonaro a conversa é "muito boa", mas, quando o presidente concede entrevistas, gera insegurança.
O presidente da Câmara lembrou que o país atravessa uma pandemia de coronavírus e que, no momento, o ideal é "mais harmonia" e "menos conflito".
Rodrigo Maia afirmou ainda que um poder não deve servir apenas para "dizer sim a outro" e que há "instrumentos legais" para se recorrer de uma decisão com a qual não se concorda.
"O Parlamento [serve] para representar toda sociedade, não apenas a parte que governa. E o Judiciário serve para garantir o limite dos outros dois poderes. A gente não pode aplaudir uma decisão que nós concordamos e radicalizar contra uma que discordamos. Nós temos os instrumentos legais para recorrer. Se a decisão do ministro do Supremo não foi a que você concorda, recorra. Use os instrumentos legais, porque é assim que nós vamos fortalecer a nossa democracia nosso país e o governo", concluiu o parlamentar do Rio de Janeiro.
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