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Corrente petista quer "Lula Livre" como prioridade do partido

Por Estadão em 09/02/2019 às 12:21:18

A corrente majoritária do PT, Construindo Um Novo Brasil (CNB), vai encaminhar nesta sábado (9) à Executiva Nacional do partido uma resolução que aponta a campanha "Lula Livre" como prioridade absoluta da legenda para o próximo período. Na quarta-feira o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril em Curitiba, foi condenado pela segunda vez pela Lava Jato. Juntas as penas somam 15 anos de prisão. Além disso, a CNB vai defender hoje, na reunião da Executiva, que o PT explicite que é um partido de oposição ao governo Jair Bolsonaro. A ideia é marcar diferenças com o PDT de Ciro Gomes, que vai fazer "oposição programática" ao Planalto. O desafio do PT é fazer colar o "Lula Livre". Lançada logo depois da prisão do ex-presidente, a campanha não foi capaz de gerar grandes mobilizações, como espera o partido. "Vamos levar para a Executiva que o PT dê prioridade total à campanha "Lula Livre". Nossos quadros vão rodar o Brasil. Fernando Haddad vão rodar o Brasil. Nossos governadores vão se engajar. Vamos articular isso com movimentos sociais, artistas e a sociedade", disse Marcio Macedo, um dos vice-presidentes do PT. A CNB, da qual fazem parte Lula, Haddad e a presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, é a maior corrente interna do PT e detém mais da metade dos cargos do Diretório Nacional da legenda. Para ampliar o "Lula Livre" a outros setores da esquerda que até agora não se engajaram na campanha o PT pretende vincular a luta contra a prisão de Lula a temas que dizem respeito às liberdades democráticas, retirade de direitos e outros itens da pauta de oposição a Bolsonaro. A ideia do partido é mostrar que a prisão de Lula tem como objetivo final fragilizar a oposição a projetos como as reforma da Previdência, que deve gerar forte debate popular. A proibição pela Justiça de que Lula participasse do enterro de seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, morto no dia 29 de janeiro, também será usada como exemplo de que Lula é tratado como exceção. A CNB também vai defender que a próxima direção do PT seja eleita por voto direto. O Processo de Eleição Direta (PED) adotado desde 2004 é alvo de críticas de correntes minoritárias que preferem a escolha da direção por meio de delegados e de denúncias de irregularidades que envolvem até o uso de nomes de filiados mortos nas eleições internas do partido.